sábado, 4 de janeiro de 2014

Sem Assunto


Olá. Feliz ano novo.

Fazem quase seis meses que eu não atualizo esta merda. Que vergonha. Devia ter deixado quieto e desistido. Mas, como eu sou brasileiro, eu não desisto nunca.

AHAHAHAHAHAHAHA.

"Não desiste nun… HAHAHAHAHAHAHA, puta merda, que hilário."

Pronto, acho que eu estava precisando dar umas risadas.

Enfim. Este blog. Sei lá, depois de uns dois meses sem atualizar, fiquei tentando forçar assunto, e não conseguia escrever nada. Daí desisti. Tentei de novo outras vezes, mas não rolava assunto.

Ou melhor, até apareciam assuntos, mas eu não conseguia ver propósito em escrever nada. Começava a me auto-boicotar e desistia.

Mas, sei lá porquê, hoje, dia primeiro de janeiro de 2014, uma e trinta da madrugada, me deu vontade de escrever. Pro blog.

Que eu não tenha parado de escrever, fiquei vivendo uma mentira deslavada onde eu escrevia algo. Um livro.

AHAHAHAHAHAHAHA.

"Ei, não é tão engraçado assim. Podem parar. Por favor."

Pronto, podem parar de rir também.

Não vou mais tocar neste assunto até segunda ordem. Vamos fingir que é que nem o verdadeiro Seymour Skinner, ok? Ok.

Enfim, chega de manha e mimimi (piada do link não é idéia minha, estou me apropriando, obrigado autor-original-desta-piada-você-sabe-quem-você-é). Vamos ao assunto deste post.

Que, por mais que ele se chame “Sem Assunto”, ele tem um assunto sim.

Ou melhor, vários. Basicamente, vou escrever tudo o que me vier na telha, celebrando a virada de ano e lembrando este ano que se vai. Vamos lá:

  • Este ano tem copa. Estarei torcendo de verdade para uma final Brasil x Argentina, com a Argentina campeã. Continuarei torcendo, em seguida, para que surja uma revolta tão grande na população que os protestos decorrentes desse desastre consigam destruir um dos maiores símbolos de corrupção e coronelismo do Brasil, a CBF. Se bem que, no fundo, o principal motivo é pela piada. Que ia ser hilário. Argentina campeã. No Brasil. Não fica melhor que isso.

  • Ainda falando de futebol, vocês sabiam que a maior torcida “específica” de futebol do Brasil é “Nenhum”? Sério. Explicando melhor: Se considerarmos a torcida de cada clube do país, separadamente, e considerarmos as pessoas que não têm time como uma torcida, a maior torcida do Brasil é “Nenhum”. Vou extrapolar um pouco e afirmar que a maior torcida de futebol do Brasil é "Não gosto de futebol". Desde que eu descobri isso tenho pensado em criar uma coisa chamada “Não Gosto De Futebol Clube”, que seria o time para as pessoas que não gostam de futebol dizerem que torcem. Imagino que seria o pastafarianismo do futebol, se é que vocês me entendem. Uma piada-crítica.

Logo que eu criei em meia hora. Cinco minutos pesquisando vetores prontos, cinco montando eles no Illustrator e vinte me martirizando por não saber medir o nível certo de breguice necessária. Se alguém com mais capacidade quiser fazer um melhor, por favor, vá em frente.

  • Ainda sobre esportes, não sei explicar porquê, mas ver as notícias sobre o Schumacher em sites ““““““sérios”””””” como o UOL chamando ele de Schumi me dá vontade de chutar o monitor. Soa como se estivessem tratando ele como uma aidoru, a Schumi-chan.

Bons pesadelos para vocês também.

  • Mudando de assunto, uma coisa que todo final de ano eu fico retardadamente obcecado e profundamente irritado e é algo completamente estúpido são as listas de “melhores games do ano”. Eu até consigo entender, num nível racional, que é só a opinião de um grupo de ““““““““““jornalistas”””””””””” de games que trampa num site qualquer, mas ainda assim eu me irrito com certas escolhas. Ou certos jogos que deixaram de ser escolhidos. Normalmente é a segunda opção. O pior é que, muitas vezes, eu começo a torcer para jogos que eu nem joguei. Por exemplo: “The Last of Us”. É o jogo não-Nintendo que eu estou, sinceramente, torcendo para ganhar todos os prêmios, a não ser que seja para perder para Super Mario 3D World ou The Legend of Zelda: A Link Between Worlds. Só que eu não joguei TLoU (mas joguei Mario e Zelda, obviamente). Ele sequer é o tipo de jogo que me atrai muito. Sei lá, acho que se leva a sério demais, e é muito marrom e cinza. Nesse sentido, acho até que eu devia torcer para “Bioshock Infinite” (outro que não joguei), já que ele tem alguma paleta de cores. Só que TLoU é uma série nova, que assumiu certos riscos e tem uma proposta que consigo admirar num jogo. Só por isso, torço para ele. Ou para “The Stanley Parable”. Ou “Papers, Please”. Outros que não joguei.

  • Tendo dito isto sobre Mario, Zelda e TLoU, o melhor jogo que eu joguei neste ano que se passou foi “Fire Emblem: Awakening”. Ele é muito “o jogo feito para o Vitor”. Estratégia de turno com elementos de RPG e onde é possível casar com os personagens e criar relacionamentos entre eles? E ainda por cima o jogo não se leva a sério, tendo diálogos leves e bem-humorados, mas trabalhando as relações dos personagens de tal modo que cria episódios altamente emotivos? Melhor jogo de todos os tempos.

  • Depois de falar de um jogo que gostei para caralho, um que me decepcionou horrores: “Tales of Xillia”. Como já falei antes, uma das minhas séries de games favoritas da vida é Tales. E “Tales of Xillia” tem tudo o que eu gosto na série: combate em tempo real, gráficos cel-shading imitando anime, personagens tontos porém adoráveis e uma história apocalíptica exagerada, épica e absurda. Só que tem um enormantesco problemaço: a história da Milla. Seguinte: alguém teve a fantástica (sem sarcasmo) idéia de fazer um Tales com dois personagens principais (o Jude e a Milla) e permitir ao jogador escolher qual ponto de vista ele quer seguir na história. Fantástico. Brilhante. Porém, alguém esqueceu de ESCREVER A PORRA DA HISTÓRIA DE MODO A FAZER COM QUE OS DOIS PONTOS DE VISTA FUNCIONASSEM DIREITO. O que eu quero dizer com isso é que eles escreveram a história pensando no Jude e depois ficaram inventando adendos e apêndices para costurar uma pseudo-história para a Milla. Tanto é assim que um personagem secundário morre e você, pobre jogador que resolveu escolher jogar sendo a Milla, só descobre isso ATRAVÉS DE UM RECORDATÓRIO. Sendo que tem a cena da morte de tal personagem na história do Jude. E adivinhem com quem resolvi jogar? Exato. Logo, toda vez que acontecia alguma coisa na história que era muito descaradamente um tipo de tapa-buraco para fazê-la funcionar do ponto de vista da Milla, eu ficava irritado. O que foi, mais ou menos, 87% do tempo.

  • Continuando com coisas que me decepcionaram, concluí que o filme que mais desgostei em 2013 foi mesmo “Man of Steel”. Já falei sobre isso, mas devo acrescentar que pensei mais de uma vez em expandir o que escrevi com mais críticas (o começo, em Krypton, ao contrário do que eu falei, não é bom. É uma bosta). Nossa, como esse filme é lamentável. Num ano que teve (e eu assisti) “A Good Day to Die Hard” e “Star Trek: Into the Darkness”, eu encontrar algo pior é uma proeza. Parabéns, “Man of Steel”.

  • Se bem que eu não vi “After Earth”. Acho que mesmo eu tenho um mínimo de senso de auto-preservação.

  • Tendo dito isto, o meu filme favorito do ano, foi, disparado, “Pacific Rim”. Robôs gigantes lutando com monstros gigantes. Minha criança interior chorou de emoção o filme inteiro. E, antes de me julgarem, lembrem-se que eu gosto de coisas que não se levam a sério. E meu filme favorito da vida é “Wayne’s World”.

  • Ainda lembrando este ano que se foi, voltei a assistir anime, e tenho uma recomendação: “Kill la Kill”. Da mesma “escola” que “FLCL” e “Gurren Lagann”. É espetacularmente sensacional. E, como não podia deixar de ser, não se leva a sério.

  • Saindo um pouco de assuntos nerds e indo para um dos últimos assunto que tratei neste blog antes do meu hiato, uma coisa que têm me irritado desde o início dos protestos: o termo “coxinha”. Não faz sentido. Não. Faz. O. Menor. Sentido. Para começo de conversa: é uma comida popular. Se ainda quisessem chamar a elite conservadora de “caviar” ou “foie-gras” ou ainda “escalopinhos de vitela wagyu ao molho de cogumelos silvestres com vinho rosé e salpicados de ervas finas”, tudo bem, mas “coxinha”? Vai se foder. E sim, eu pesquisei a origem (afinal, como é difícil procurar as coisas no Google), e dentre as várias que encontrei (aparentemente não há um consenso) a mais repetida origina ela do termo “vale-coxinha” usado por policiais (e professores públicos) para designar o vale-refeição que recebiam do governo. Ou seja, era algo para simbolizar a miséria do trabalhador brasileiro. Enfim, com o tempo, o apelido de “coxinha” pegou nos policiais, já que eles, teoricamente, só se alimentavam de coxinha. Com os seus vale-coxinha. E, como a elite intelectual esquerdista brasileira é muito esperta, ela afiliou o apelido dos policiais ao conservadorismo direitista. Por que isso faz sentido, aparentemente. Lição de casa do dia: refletir sobre o papel da polícia (tanto o teórico quanto o que ela realmente exerce no Brasil) e se ela necessariamente representa a “direita”. Valendo ponto no boletim.

E assim, eu aqui nomeio pessoas de esquerda de "brioches", porque contexto histórico que se foda.

  • Já que estamos falando de coisas sérias e política e etc e tal, este ano tem eleição. Provavelmente vou dizer para mim mesmo que vale a pena estudar os candidatos e fazer um voto consciente, provavelmente vou desistir no meio do caminho e votar em qualquer coisa mesmo. Na verdade, acho que minha maior curiosidade é ver o quanto o desempenho do Brasil na copa vai influenciar a campanha dos políticos. Quero acreditar que somos melhores que isso, mas não duvido que apareçam comerciais como “Dilma trouxe o hexa” no caso de vitória e “Dilma humilhou o futebol brasileiro” no caso de derrota.

Pronto, acho que está bom. Fechei um círculo, voltando a falar da copa. E também tô cansado e agora realmente acabou o assunto. Quero ir dormir.

Bom ano pra vocês.